Nádia Antunes Calegari, carinhosamente conhecida como Dona Nádia, nasceu para viver intensamente e marcar a vida de todos ao seu redor com seu jeito único, sincero e divertido. Ela foi casada por 37 anos com Luiz Carlos Calegari, união iniciada em 1988, construída com amor, cumplicidade e também muitas brincadeiras e discussões que terminavam sempre em reconciliação. Mesmo quando brigavam, logo dizia que tinha sorte de ter um marido tão bom e que era muito apaixonada por ele. Juntos, criaram uma relação cheia de códigos próprios, um mundo só deles, onde se entendiam de forma especial. Dessa união nasceram dois filhos que sempre foram seu maior orgulho: André Falcão Antunes Calegari, o primogênito, nascido em 15 de janeiro de 1989, e Adriano Antunes Calegari, nascido em 1994. Mais tarde, a família foi agraciada com a chegada de sua neta querida, Valentina Marques Calegari, filha de André, que era recebida pela avó com todo o carinho e sempre com guloseimas preparadas especialmente para ela, como bolacha recheada e Doritos. Nádia era uma mulher sincera e espontânea, falava sem rodeios e isso tornava muitos momentos engraçados. Teve um atraso no desenvolvimento da fala, começando a se comunicar apenas aos 11 anos, mas isso nunca a impediu de ser uma presença marcante. Toda a vizinhança do bairro São Cristóvão a conhecia e gostava de conversar com ela. Era comum passar em frente à casa da esquina e ser recebido com seu sorriso, seus comentários ou até uma pergunta inesperada e divertida. Era apaixonada pela Havan, adorava fazer compras e, no bairro, todos tinham nela uma figura querida. Gostava de fofoca, de boas conversas e de estar rodeada dos amigos dos filhos, que cresceram dentro da sua casa, sempre protegidos pelo seu cuidado. Muito doce, mas também brava quando necessário, nunca permitia que alguém falasse grosso com seus meninos. Dona Nádia tinha uma ligação muito especial com o vizinho da frente, o Tavinho, que também possuía deficiência mental. Seu coração era grande e cheio de cuidado, tanto com ele quanto com todos que amava. Além disso, cuidava com dedicação do filho cadeirante, sempre com paciência e amor. Ela tinha hábitos que se tornaram suas marcas registradas: o rádio antigo, quase uma peça de museu, que ouvia todos os dias e até levava para a cama; o cabelo sempre bagunçado para dar volume, que nunca permitia que fosse preso; e o gosto por comidas simples e doces de criança, como chocolate, chips, bolacha recheada, sorvete, gelatina e iogurte. Seu cachorro pastor alemão, o Thor, era seu verdadeiro fã. Extremamente protetor, não deixava ninguém se aproximar dela quando estava por perto, tamanha era a devoção e o vínculo que tinha com sua dona. Nádia tinha um jeito próprio de falar e criava expressões muito características que divertiam todos ao redor, como quando dizia “oh barbaridade”, “vou te levar pra casa”, “nitinha” em vez de bonitinha, ou ainda “aquele desagerado” quando queria falar de alguém exagerado. Ela tinha gestos simples, mas que transmitiam muito amor. Gostava de segurar a mão das pessoas e de mexer no cabelo da nora, criando momentos de carinho que jamais serão esquecidos. Na cozinha, todos lembram com saudade do seu feijão especial. Também deixou costumes passados aos filhos, como o leite quente com margarina para aliviar a tosse, hábito que eles mantêm até hoje. Mesmo sendo muito ligada ao bairro São Cristóvão, do qual raramente se ausentava por muito tempo, também adorava os momentos em Pescaria, em Laguna, terra do esposo, lugar que marcou muitos capítulos felizes da sua vida. Nádia será para sempre lembrada como uma mulher verdadeira, divertida, amorosa e única. Tinha seus jeitos, suas manias, sua simplicidade, mas o que mais a definia era o amor que sentia pela família e a forma como marcou todos ao seu redor.
Nascimento
✮ 04 de outubro de 1960
Falecimento
† 05 de setembro de 2025